Sobre a economia da partilha e o mercado da partilha: uma análise do Uber como pseudocompartilhamento

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.20397/2177-6652/2019.v19i1.1315

Palabras clave:

Uber, Economia da Partilha, Acesso, Sustentabilidade, Mobilidade

Resumen

A partilha é uma ação em que as pessoas compartilham de bens, serviços e também sentimentos, experiências, conhecimento e informação. No entanto, uma nova geração de negócios, como o Uber, tornou a delimitação deste conceito mais difícil . A ideia de que os novos negócios da economia da partilha não sejam de fato representações de compartilhamento já está presente na literatura sobre o tema. Ainda assim, são escassos os trabalhos sobre os negócios definidos como pseudocompartilhamentos. Sobre o Uber, em particular, não há registro de trabalhos publicados nas revistas brasileiras de Administração. Diante dessa lacuna teórica, problematizamos o Uber no contexto da economia da partilha. Sem dúvida, trata-se de um caso exemplar para compreender diversos dos principais desafios da atual era do acesso, como a descreve Rifkin. Enfim, o Uber é um negócio da economia da partilha ou um falso compartilhamento para ganhar o mercado da partilha? Nesse trabalho, procuramos responder a essa pergunta sustentando a posição de que o Uber não é compartilhamento, mas um negócio que explora um mercado da partilha. Como produto dessa reflexão, oferecemos uma contribuição teórica para a análise de negócios que atuam no mercado da partilha.

Biografía del autor/a

Eduardo Valente, Mestre em Administração pela PUC Minas

Egresso do Programa de Pós-graduação em Administração da PUC Minas.

Roberto Patrus, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC, Minas Gerais

Professor adjunto IV da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Áreas: Ética nos Negócios, Responsabilidade Social Empresarial, Didática no Ensino da Administração.

Citas

Abramovay, R. (2012). Muito além da economia verde. Editora Abril.

Bardhi, F., & Eckhardt, G. M. (2012). Access-based consumption: The case of car sharing. Journal of Consumer Research, 39(4), 881-898.Belk, R. (2007). Why not share rather than own?. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, 611(1), 126-140.

Belk, R. (2010). Sharing. Journal of consumer research, 36(5), 715-734.

Belk, R. (2014). You are what you can access: Sharing and collaborative consumption online. Journal of Business Research, 67(8), 1595-1600.

Belk, R. (2014). Sharing versus pseudo-sharing in Web 2.0. The Anthropologist, 18(1), 7-23.

Benkler, Y. (2005). Sharing nicely: On shareable goods and the emergence of sharing as a modality of economic production. Yale Law Journal, 273-358.

Benkler, Y. (2014). Analyses the challenges and benefits of the sharing economy”, World Economic Forum, 2014, Palestra. Recuperado de: https://www.youtube.com/watch?v=mBF-GFDaCpE. (Acesso em 28 de abril de 2016)

Botsman, R., & Rogers, R. (2010). What’s mine is yours. London: Collins.

Cannon, B., & Chung, H. (2014). Framework for Designing Co-Regulation Models Well-Adapted to Technology-Facilitated Sharing Economies, A. Santa Clara Computer & High Tech. LJ, 31, 23.

Cohen, B., & Muñoz, P. (2015). Sharing cities and sustainable consumption and production: towards an integrated framework. Journal of Cleaner Production.

Cohen, B., & Kietzmann, J. (2014). Ride on! Mobility business models for the sharing economy. Organization & Environment, 27(3), 279-296.

Cusumano, M. A. (2015). How traditional firms must compete in the sharing economy. Communications of the ACM, 58(1), 32-34.

Firnkorn, J., & Müller, M. (2011). What will be the environmental effects of new free-floating car-sharing systems? The case of car2go in Ulm. Ecological Economics, 70(8), 1519-1528.

Forbes (2016). America’s Richest Entrepreneurs Under 40: Travis Kalanick. Recuperado de http://www.forbes.com/forbes/welcome/.

Hirata, D. (2011). Produção da Desordem e Gestão da Ordem: notas para uma história recente do transporte clandestino em São Paulo. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, 4(3), 441-465.

Hong, S., & Vicdan, H. (2016). Re-imagining the utopian: Transformation of a sustainable lifestyle in ecovillages. Journal of Business Research, 69(1), 120-136.

Huwer, U. (2004). Public transport and csar-sharing—benefits and effects of combined services. Transport Policy, 11(1), 77-87.

Kalanick, T. (2014). Palestra proferida no London Annual Meeting 2014 do Institute of Directors. Recuperado de http://www.iod.com/connect ing/annual-convention-2014-post-convention/travis-kalanick. Acesso em Abril de 2016.

Kriston, A., Szabó, T., & Inzelt, G. (2010). The marriage of car sharing and hydrogen economy: A possible solution to the main problems of urban living. International journal of hydrogen energy, 35(23), 12697-12708.

Lamberton, C. P., & Rose, R. L. (2012). When is ours better than mine? A framework for understanding and altering participation in commercial sharing systems. Journal of Marketing, 76(4), 109-125.

Latouche, S. (2010). Degrowth. Journal of cleaner production, 18(6), 519-522.

Layrargues, P. P. (2000). Sistemas de gerenciamento ambiental, tecnologia limpa e consumidor verde: a delicada relação empresa-meio ambiente no ecocapitalismo. Revista de Administração de empresas, 40(2), 80-88.

Martin, C. J., Upham, P., & Budd, L. (2015). Commercial orientation in grassroots social innovation: Insights from the sharing economy. Ecological Economics, 118, 240-251.

Matzler, K., Veider, V., & Kathan, W. (2015). Adapting to the sharing economy. MIT Sloan Management Review, 56(2), 71.

Möhlmann, M. (2015). Collaborative consumption: determinants of satisfaction and the likelihood of using a sharing economy option again. Journal of Consumer Behaviour, 14(3), 193-207.

Proudhon, P. J., & Caeiro, M. (1975). O que é a propriedade?

Resende, D. (2014). Passageiros arriscam a vida em transporte clandestino. Recuperado de http://www.otempo.com.br/o-tempo-betim/passageiros-arriscam-a-vida-em-transporte-clandestino-1.881012. Acesso em fevereiro de 2016.

Rifkin, J. (2001). A era do acesso. Makron Books.

Riles, A. (2014). From comparison to collaboration: experiments with a new scholarly and political form. Law and Contemporary Problems, 77, 14-35.

Sandel, M. (2012). O que o dinheiro não compra: os limites morais do mercado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Steininger, K., Vogl, C., & Zettl, R. (1996). Car-sharing organizations: The size of the market segment and revealed change in mobility behavior. Transport Policy, 3(4), 177-185.

Swan, M. (2015). Connected car: quantified self becomes quantified car. Journal of Sensor and Actuator Networks, 4(1), 2-29.

Teubner, T., & Flath, C. M. (2015). The economics of multi-hop ride sharing. Business & Information Systems Engineering, 57(5), 311-324.

Uber (2016). Recuperado de https://www.uber.com/pt/. Acesso em Abril de 2016.

Wang, X., Zhu, B., & Li, S. (2006). A novel privacy and copyright protection enforced peer-to-peer network. In Digital Rights Management. Technologies, Issues, Challenges and Systems (pp. 298-310).

Winterhalter, S., Wecht, C. H., & Krieg, L. (2015). Keeping Reins on the Sharing Economy: Strategies and Business Models for Inc.

Publicado

2019-01-01

Cómo citar

Valente, E., & Patrus, R. (2019). Sobre a economia da partilha e o mercado da partilha: uma análise do Uber como pseudocompartilhamento. Revista Gestão & Tecnologia, 19(1), 210–229. https://doi.org/10.20397/2177-6652/2019.v19i1.1315