Percepções de prazer e sofrimento no trabalho e ação gerencial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20397/2177-6652/2023.v23i1.2325

Palavras-chave:

Prazer e sofrimento, gerentes, psicodinâmica do trabalho.

Resumo

Objetivo: Descrever e analisar as percepções de prazer e sofrimento no trabalho comuns aos ocupantes de cargos gerenciais.

Metodologia: A partir do arcabouço teórico da psicodinâmica do trabalho, foi realizada uma pesquisa descritiva, quantitativa e qualitativa. Foi aplicada a EIPST (Escala de Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho) a 220 gerentes, e entrevistados 26 gerentes. Os dados foram analisados por estatística descritiva uni e multivariada, e análise de conteúdo.

Originalidade/Lacuna: Poucos estudos têm abordado como as recentes transformações organizacionais tem afetado subjetivamente os gerentes.

Principais resultados: A percepção de prazer no trabalho gerencial advém da identificação com as tarefas, do sentimento de orgulho pelo trabalho, do reconhecimento e status social. As percepções de sofrimento foram relacionadas ao estresse, a sobrecarga e ao esgotamento emocional.

Contribuições teóricas: Compreende como as recentes transformações organizacionais e o aumento da carga psíquica no trabalho afetam subjetivamente os gerentes e abrir a discussão sobre as possíveis intervenções organizacionais.

Biografia do Autor

Adriana Ventola Marra, UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

PROFESSORA TITULAR DA UFV

DOUTORA EM ADMINISTRAÇÃO

Samara de Menezes Lara, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda de Administração pelo CEPEAD/UFMG

Mariana Barros Teixeira, Universidade Federal de Viçosa

Mestre em Administração Pública pela UFV/PROFIAP

Thales de Souza Magalhães, universidade Federal de Viçosa

Graduando em Administração na Universidade Federal de Viçosa/Campus Florestal

Bolsista de Iniciação Científica pelo CNPq

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Publicado

2023-03-01

Como Citar

Marra, A. V., Lara, S. de M., Teixeira, M. B., & Magalhães, T. de S. (2023). Percepções de prazer e sofrimento no trabalho e ação gerencial. Revista Gestão & Tecnologia, 23(1), 276–297. https://doi.org/10.20397/2177-6652/2023.v23i1.2325

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ARTIGO