Incorporando julgamentos de especialistas em educação na avaliação da eficiência de cursos de graduação: uma abordagem por data envelopment analysis

Autores/as

  • Alexandre de Cássio Rodrigues Bacharel e Mestre em Engenharia de Produção (UFOP e UFMG), Bacharel e Mestre em Administração Pública (UFOP e UFV). Licenciado em Ciência da Computação (UFJF). Doutorando em Administração pela Universidade FUMEC. Docente no Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix
  • Tiago Silveira Gontijo Graduando em Engenharia de Produção (Universidade FUMEC). Bacharel em Ciências Econômicas (UFV), Mestre em Engenharia de Produção (UFMG). Docente no Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. https://orcid.org/0000-0003-2636-899X

DOI:

https://doi.org/10.20397/2177-6652/2019.v19i1.1380

Palabras clave:

Eficiência no Ensino Superior, Data Envelopment Analysis, Julgamentos de Especialistas.

Resumen

Estudos recentes têm utilizado modelos clássicos de Data Envelopment Analysis (DEA) para avaliar a eficiência de cursos de graduação. Uma particularidade dos modelos clássicos de DEA é a atribuição de pesos aos inputs e outputs de acordo com a melhor contribuição que estes possam oferecer. Esta flexibilidade faz com que pesos baixos sejam atribuídos às variáveis nas quais as DMUs tenham pior desempenho, mesmo que estas sejam importantes segundo o julgamento de especialistas da área. Assim, o objetivo deste artigo foi desenvolver um modelo DEA que na avaliação da eficiência de cursos de graduação incorpora os julgamentos de especialistas em educação. Para isso, através de restrições aos pesos, incorporaram-se a um modelo DEA clássico os julgamentos de especialistas em educação sobre a importância dos outputs e inputs usados para calcular o Conceito Preliminar de Curso (CPC), o indicador oficial de qualidade dos cursos brasileiros de graduação. A seguir, usou-se o modelo para avaliar a eficiência de 26 cursos de graduação em Administração Pública em 2015. Verificou-se que o modelo proposto classificou três daqueles cursos como eficientes enquanto que o modelo DEA clássico classificou 14. Ou seja, o modelo proposto evitou equívocos na avaliação ao impedir que cursos, a priori, ineficientes fossem classificados como eficientes. Apurou-se ainda que tenderam a ser eficientes os cursos ofertados por instituições federais e com maiores CPC e número de alunos.

Citas

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Publicado

2019-01-01

Cómo citar

de Cássio Rodrigues, A., & Silveira Gontijo, T. (2019). Incorporando julgamentos de especialistas em educação na avaliação da eficiência de cursos de graduação: uma abordagem por data envelopment analysis. Revista Gestão & Tecnologia, 19(1), 113–139. https://doi.org/10.20397/2177-6652/2019.v19i1.1380