Da gaveta para a indústria: correspondência entre patentes universitárias e atividades econômicas

Autores

  • Aziz Eduardo Calzolaio Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo
  • Gisele Spricigo
  • Sérgio Monteiro

DOI:

https://doi.org/10.20397/2177-6652/2018.v18i1.1219

Palavras-chave:

Patentes, negócios de tecnologias, Gestão de tecnologias universitárias

Resumo

Este artigo propõem uma metodologia que identifica as atividades econômicas com potencial de absorver as tecnologias patenteadas duma universidade. Assim, o objetivo é realizar a correspondência entre as patentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e as atividades econômicas. Para tanto, partiu-se da metodologia de Lybbert e Zolas (2014) sobre a qual empregou-se a análise de correspondência e o teste Qui Quadrado . Este concluiu que existe uma relação estatisticamente significativa entre as patentes da UFRGS e atividades econômicas específicas. De forma que as patentes se concentram no campo médico, odontológico, higiênico e terapêutico e se relacionam, primeiramente, com as indústrias de medicamentos e, em segundo lugar, com as de defensivos agrícolas e vacinas veterinárias. Complementarmente, as tecnologias de engenharia de material estão associadas às indústrias de máquinas e equipamentos. Por fim, 76% das patentes da UFRGS estão relacionadas a somente 6 campos econômicos.

Biografia do Autor

Aziz Eduardo Calzolaio, Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Mato Grosso do sul (2003). Mestrado em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul  (2011). Doutorado em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2015), com período de doutorado sanduíche na Scuola Superiore Sant'Anna, Itália-Pisa (2014). Pós doutorado em economia vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com pesquisa no tema de transferência tecnológica (2016).  Professor pesquisador na Faculdade de Tecnologia do Cooperstivismo.

Referências

Aguayo, M. T.V. (1993). Análise de Correspondência e Modelos Log-Lineares: um Enfoque Integrado para a Análise Exploratória de Dados Categóricos. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.

Apax Partners Ltd (2005). Understanding technology transfer. Recuperado em 19 setembro, 2017, de http://www.wipo.int/export/sites/www/sme/en/newsletter/2011/attachments/apax_tech_transfer.pdf

Buenstorf, G., & Geissler, M (2012). Not invented here: technology licensing, knowledge transfer and innovation based on public research. Journal of Evolutionary Economics, 22(3), 481-511.

Castro, B. S., & Souza, G. C. (2012). O papel dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) nas universidades brasileiras. Liinc em Revista, 8(1), 125-140.

CK-12 Foundation. (2017). Chi Square Test. Recuperado em 30 de agosto, 2017, de https://www.ck12.org/c/statistics/chi-square-test/

Desidério, P. H. M., & Zilber, M. A. (2014). Barreiras no Processo de Transferência Tecnológica entre Agências de Inovação e Empresas: observações em universidades públicas e privadas. Revista Gestão & Tecnologia, Pedro Leopoldo, 14(2), 101-126.

Encyclopaedia Britannica. (2017). Data mining computer science. Recuperado em 22 de agosto, 2017, de https://global.britannica.com/technology/data-mining

Evenson, R., & Putnan, J. (1994). Inter-Sectoral Technology Flows: Estimates from a Patent Concordance with an Application to Italy [Mimeo]. Yale University, New Haven.

Howell, D. C. (2011) Chi-Square test: analysis of contingency tables. (cap. 86, pp. 250-252). Berlin: Springer-Verlag.

Instituto Nacional de Propriedade Intelectual. (2014). Inventando o futuro: uma introdução às patentes para as pequenas e médias empresas. Recuperado em 23 setembro, 2016, de http://www.inpi.gov.br/sobre/arquivos/03_cartilhapatentes_21_01_2014_0.pdf

Ismail, N., Nor, M. J. M., & Sidek, S. (2015). A framework for a successful research products commercialisation: a case of Malaysian academic researchers. Procedia Social an Behavioral Sciences, 195(Special issues), 283-292.

JOHNSON, D.K.N. (2002). The OECD technology concordance (OTC): Patents by industry of manufacture and sector of use. [SIT Working papers, nº 5]. Paris: OCDE.

Kalar, B., & Antoncic, B. (2015, February). The entrepreneurial university, academic activities and technology and knowledge transfer in four European countries. Technovation, 36, pp. 1-11.

Lei n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004 (2004). Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica ... Diário Oficial da União. Brasília, DF.

Lei n. 13.243, de 11 de janeiro de 2016 (2016). Dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação .... Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF.

Lybbert, T. J., & Zolas, N. J. (2014) Getting patents and economic data to speak to each other: An ‘algorithmic links with probabilities’ approach for joint analyses of patenting and economic activity. Research Policy, 43(3), 530-542.

Marques, R. H., Pereira, R. M., & Garcia, M. O., G. R. (2017). Monitoramento tecnológico: um estudo de uma patente da Universidade Federal de Viçosa. Revista Gestão & Tecnologia, 6(3), 110-137.

Mueller, S. P. M., & Perucchi, V. (2014). Universidades e a produção de patentes: tópicos de interesse para o estudioso da informação tecnológica. Perspectivas em Ciência da Informação, 19(2), 15-36.

Nelson, R, R. (2006). The Oxford Handbook of Innovtion. New York: Oxford University Press.

Oliveira, L. G., & Nunes, J. S. (2009). O uso do sistema de patentes pela universidade brasileira. Recuperado em 19 setembro, 2017, de https://digitalis.uc.pt/pt-pt/livro/o_uso_do_sistema_de_patentes_pelas_universidades_brasileiras

Organisation for Economic Co-operation and Development. (2009). OECD Patent Statistics Manual. Recuperado em 19 novembro, 2017, de http://www.oecd-ilibrary.org/docserver/download/9209021e.pdf?expires=1505841109&id=id&accname=guest&checksum=C2120AC300A08F1395EB66EE94C4C93E

Pereira, F. C., & Mello, J. M. C. (2015, outubro). Depósito de patentes de universidades brasileiras na base do INPI. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Fortaleza, CE, Brasil, 35.

Perkmann, M., Tartari, V., McKelvey, M., Autio, E., Brostrom, A., D’Este, P., Fini, R., Geuna, A. (2013). Academic engagement and commercialization: a review of literature on university-industry relations. Research Policy, 42(2), 424-442.

PRADO, M. V. B. (2012). Métodos de análise de correspondência múltipla: estudo de caso aplicado à avaliação da qualidade do café. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil.

Rosa, R. A., & Frega, J. R. (2017). Intervenientes do processo de transferência tecnológica em uma universidade pública. Revista de Administração Contemporânea, 21(4), 435-457.

Ranking Universitário da Folha. (2016). Recuperado em 19 setembro, 2017, de http://ruf.folha.uol.com.br/2017/

Schmoch, U., Laville, F., Patel P., & Frietsch, R (2003). Linking Technology Areas to Industrial Sectors (Final Reports to the European Commission). Karlsrushe: DG Research.

Thursby, M., & Gupta-Mukherjee, S. (2007). Are there real effects of licensing on academic research? A life cycle view. Journal of Economic Behavior & Organization, 64(4).

UNITED NATIONS. (2008). International Standard Industrial Classification. Recuperado em 5 junho, 2017, de https://unstats.un.org/unsd/publication/seriesM/seriesm_4rev4e.pdf

UNITED NATIONS. (2016). United Nations Statistics Division. Recuperado em 19 setembro, 2017, de http://unstats.un.org/unsd/cr/ctryreg/ctrydetail.asp?id=1036

Verspagen, B., Morgastel, T. & Slabbers, M. (1994). MERIT concordance table: IPC-ISIC (rev. 2) [MERIT Research Memorandum 2/94-004]. Maastricht: University of Limburg.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2018-04-01

Como Citar

Calzolaio, A. E., Spricigo, G., & Monteiro, S. (2018). Da gaveta para a indústria: correspondência entre patentes universitárias e atividades econômicas. Revista Gestão & Tecnologia, 18(1), 115–139. https://doi.org/10.20397/2177-6652/2018.v18i1.1219

Edição

Seção

ARTIGO