Governança colaborativa para pesquisa em saúde: uma análise do desenho do Programa Pesquisa para o SUS
DOI:
https://doi.org/10.20397/2177-6652/2017.v17i4.1239Palabras clave:
Governança Colaborativa, Política de Ciência, Tecnologia e Inovação, Programa Pesquisa para o SUS.Resumen
O Estado é um agente fundamental no direcionamento dos rumos da inovação por meio do financiamento e da execução direta de pesquisa científica, particularmente no setor da saúde. A implementação de políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação possui riscos associados à própria natureza do processo inovativo, os quais são ampliados pela complexidade do ambiente institucional do Sistema Único de Saúde (SUS), que conta com uma diversidade de atores (governamentais e não-governamentais) e respectivos interesses, muitos deles atuando em âmbito regional. A colaboração entre tais atores torna-se, portanto, elemento chave para o alcance dos resultados de uma política pública que visa à descentralização e ao aproveitamento regional dos resultados da pesquisa em saúde. Partindo dessas asserções, a presente pesquisa objetiva analisar a formulação do Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS) por meio da identificação dos elementos que compõem o desenho de sua governança e relacioná-los aos fatores condicionantes de resultado presentes no modelo teórico de governança colaborativa utilizado. Conclui-se que o desenho da governança do PPSUS contempla diversos elementos apontados pela literatura de governança colaborativa como boas práticas visando ao alcance de resultados, não obstante é preciso avançar na avaliação de sua implementação e de seus resultados em caráter regional.Citas
AGRANOFF, R.; MCGUIRE, M. Big questions in public network management. Journal of Public Administration Research and Theory, v. 11, n. 3, p. 295-327, 2001.
AGUILAR VILLANUEVA, L. La hechura de las políticas. México: Porrúa, 1993.
ALBUQUERQUE, E.; CASSIOLATO, J. As especificidades do sistema de inovação do setor saúde. Revista de Economia Política, v. 22, n. 4, p. 134-151, 2002.
ALBUQUERQUE, E.; SOUZA, S. e BAESSA, A. Pesquisa e inovação em saúde: uma discussão a partir da literatura sobre economia da tecnologia. Ciência & Saúde Coletiva, v. 9, n. 2, p. 277-294, 2004.
ANSELL, C.; GASH, A. Collaborative governance in theory and practice. Journal of Public Administration Research and Theory, v. 18, n. 4, p. 543-571, 2008.
ARRETCHE, M. Financiamento federal e gestão local de políticas sociais: o difícil equilíbrio entre regulação, responsabilidade e autonomia. Ciência & Saúde Coletiva, v. 8, n. 2, p. 331-345, 2003.
BARBOSA, S. Um estudo sobre política científica, tecnológica e de inovação em Minas Gerais: análise do Programa de Incentivo à Inovação sob a ótica dos seus stakeholders. 2012. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012.
BARDACH, E. The implementation game: what happens after a bill becomes a law. Cambridge, MA: The MIT Press, 1977.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 1979.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Informes Técnicos. Descentralização no contexto do fomento à pesquisa em saúde. Rev Saúde Pública, v. 45, n. 3, p. 626-30, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Informes Técnicos. Programa de fomento à pesquisa para os sistemas e serviços locais de saúde: gestão compartilhada em saúde. Rev Saúde Pública, v. 40, n. 6, p. 1131-6, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Programa Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em saúde – Diretrizes Técnicas – 5. ed – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
BRESCHI, S.; MALERBA, F. Sectoral Innovation Systems: Technological Regimes, Schumpeterian Dynamics, and Spatial Boundaries. In: EDQUIST, C. (Ed.). Systems of Innovation: Technologies, Institutions and Organizations. London: Pinter, p. 130-156, 1997.
COHEN, M., MARCH, J. e OLSEN, J. A garbage can model of organizational choice. Administrative Science Quarterly, 17: 1-25. 1972.
CRESWELL, J. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
DIAS, R.; DAGNINO, R. A política científica e tecnológica brasileira: três enfoques teóricos, três projetos políticos. Revista de Economia, v. 33, n. 2, 2007.
EDQUIST, C. Systems of innovation perspectives and challenges. In: FAGERBERG, J.; MOWERY, D.; NELSON, R. (Ed.). The Oxford handbook of innovation. Oxford: Oxford University Press, p. 181-208, 2005.
EISENHARDT, K. Building theories from case study research. Academy of Management Review, v. 14, n.4, p. 532-550, 1989.
EMERSON, K.; NABATCHI, T.; BALOGH, S. An integrative framework for collaborative governance. Journal of Public Administration Research and Theory, v. 22, n. 1, p.1-29, 2012.
FARIA, C. Ideias, conhecimento e políticas públicas: um inventário sucinto das principais vertentes analíticas recentes. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 18, n. 51, p. 21-29, fev. 2003.
GUIMARÃES, R. Bases para uma política nacional de ciência, tecnologia e inovação em saúde. Ciência e Saúde Coletiva, v. 9, nº 2, abr-jun, p. 375-388, 2004.
GUIMARÃES, R. Pesquisa em saúde no Brasil: contexto e desafios. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.40, nº esp., p. 3-10, 2006.
KINGDON, J. Agendas, Alternatives, and Public Policies. Boston: Little, Brown. 1984.
LINDBLOM, C. The Science of Muddling Through, Public Administration Review 19: 78-88. 1959.
LUNDVALL, B.; BORRÁS, S. Science, technology and innovation policy. In: FAGERBERG, J.; MOWERY, D.; NELSON, R. (Ed.). The Oxford handbook of innovation. Oxford: Oxford University Press, p. 599-631, 2005.
MAZZUCATO, M. O estado empreendedor: desmascarando o mito do setor público vs. o setor privado. São Paulo: Portfolio-Penguin, 2014.
NELSON, R.; WINTER, S. Evolutionary theorizing in economics. Journal of Economic Perspectives, v. 16, n. 2, p. 23-46, 2002.
OLIVEIRA, M. Programa Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em Saúde-PPSUS: construção do modelo lógico e da matriz de medidas avaliativas. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Faculdade de Ciências da Saúde -Universidade de Brasília, Brasília, 2008.
PAVITT, K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, n. 6, p. 343-373, 1984.
PETERS, L. O Programa Pesquisa Para o SUS: gestão compartilhada em saúde – PPSUS como ferramenta de descentralização do fomento à pesquisa em saúde. 2013. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, Faculdade de Saúde Pública - Universidade de São Paulo. São Paulo. 2013.
PRESSMAN, J.; WILDAVSKY, A. Implementation: how great expectations in Washington are dashed in Oakland: or, why it's amazing that federal programs work at all, this being a saga of the Economic Development Administration as told by two sympathetic observers who seek to build morals on a foundation of ruined hopes. California: University of California Press, 1973.
SANTOS, E. Papel do Estado para o desenvolvimento do SNI: lições das economias avançadas e de industrialização recente. Economia e Sociedade, v. 23, n. 2 (51), p. 433-464, ago. 2014.
SILVA, P.; MELO, M. O processo de implementação de políticas públicas no Brasil: características e determinantes da avaliação de programas e projetos. UNICAMP, 2000.
SOUZA, C. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias. Porto Alegre, v. 8, n. 16, p. 20-44,jul./dez. 2006.
VIANA, A. Abordagens metodológicas em políticas públicas. Revista de Administração Pública, v. 30, n. 2, p. 5-43, 1996.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2017 Revista Gestão & Tecnologia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Os direitos, inclusive os de tradução, são reservados. É permitido citar parte de artigos sem autorização prévia desde que seja identificada a fonte. A reprodução total de artigos é proibida. Em caso de dúvidas, consulte o Editor.