Construindo pontes: o papel da comunicação na efetividade do cuidado centrado
Palavras-chave:
Comunicação em Saúde;, Segurança do Paciente;, Empatia;, Formação Profissional em Saúde;, Urgência e Emergência.Resumo
RESUMO
Objetivo: Analisar fatores que influenciam a comunicação entre profissionais de saúde em urgência e emergência, identificando barreiras, estratégias de aprimoramento e impactos na segurança do paciente.
Metodologia: Estudo misto, combinando abordagens quantitativa e qualitativa. Utilizou o Questionário de Autoeficácia na Comunicação (SEbr-12) e a Escala Jefferson de Empatia para análise de correlações foram aplicados para 45 profissionais de saúde atuantes no pronto socorro. Na fase qualitativa foram realizadas 25 entrevistas semiestruturadas e analisadas notificações de eventos adversos conforme a Análise de Conteúdo de Bardin.
Originalidade/Relevância: O estudo amplia a compreensão sobre comunicação em contextos hospitalares críticos, demonstrando sua relação com a segurança do paciente e a formação profissional, além de propor estratégias para aprimoramento.
Principais Resultados: Profissionais capacitados em comunicação apresentaram maior autoeficácia comunicativa e empatia (p<0,05). Dificuldades foram encontradas na comunicação de más notícias e no manejo de pacientes emocionalmente abalados. A sobrecarga de trabalho e a hierarquia rígida limitaram a aplicação dessas competências. Análises evidenciaram que profissionais com maior autoeficácia comunicativa também apresentaram maior empatia, sendo essa relação fundamental para um atendimento seguro e centrado no paciente.
Contribuições Teóricas/Metodológicas: O estudo reforça a importância da comunicação eficaz para a segurança do paciente e destaca a necessidade de protocolos formais, treinamentos interprofissionais e desenvolvimento de habilidades comunicacionais.
Contribuições Sociais e para a Gestão: Recomenda-se a adoção de tecnologias, criação de espaços para diálogo interprofissional e revisão curricular nos cursos de saúde para aprimorar a comunicação e reduzir eventos adversos, promovendo um cuidado mais seguro focado no paciente.
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