Análise de curto e longo prazo: uma alternativa às metodologias de rating de crédito convencionais no Brasil

Heber Silveira, Celio Takahashi, Ricardo Serra

Resumo


Objetivo: Analisar o efeito das variações momentâneas do risco de crédito, ignoradas pelas metodologias tradicionais das agências de rating, sobre o prêmio de risco no mercado secundário dos títulos de dívida emitidos por companhias brasileiras.

Metodologia: Análise, via regressão em painel MQO com dados empilhados e por efeitos fixos e aleatórios, de uma amostra de 180 emissões de dívida corporativa no Brasil de 2015 a 2019.

Originalidade/relevância: Proposição e emprego de uma variável com capacidade para capturar alterações de curtíssimo prazo no risco de crédito, o que pode ser utilizada pelos investidores como vantagem no apreçamento dos títulos, em contraste com a metodologia mais lenta praticada pelas agências de ratings.

Resultados: Utilizando uma proxy para risco de crédito que engloba movimentos de curtíssimo prazo, verificamos que variações nos ratings ocorrem com maior frequência nos modelos point-in-time que naqueles atribuídos pelas agências de ratings. Encontramos evidências estatisticamente significantes da relação desses movimentos de curto prazo com o spread dos títulos e verificamos que, quando utilizadas em conjunto com as notas das agências de ratings, os movimentos de curto prazo melhoram o poder preditivo daqueles modelos.

Contribuição: Evidenciação da relevância de empregar proxies para movimentos de curto prazo em conjunto com as notas das agências de ratings como forma de melhorar o poder preditivo daqueles modelos.

Palavras-chave


Risco de Crédito; Ratings; Prêmio de Risco

Texto completo:

PDF

Referências


ALTMAN, Edward I; RIJKEN, Herbert A. A Point-in-Time Perspective on Through-the-Cycle Ratings. Financial Analysts Journal, v. 62, n. 1, p. 54–70, 2006.

AMIHUD, Yakov; MENDELSON, Haim. Asset pricing and the bid-ask spread. Journal of Financial Economics, v. 17, n. 2, p. 223–249, 1986.

AZAD, A. S.M.Sohel et al. What determines the Japanese corporate credit spread? A new evidence. Research in International Business and Finance, v. 45, p. 349–356, 2018.

BECKER, Bo; MILBOURN, Todd. How did increased competition affect credit ratings? Journal of Financial Economics, v. 101, n. 3, p. 493–514, 2011.

BIS. Basel committee on banking supervision. The Basel Framework. [S.l: s.n.]., 2019

BLACK, Fischer; COX, John C. Valuing Corporate Securities: Some Effects of Bond Indenture Provisions. The Journal of Finance, v. 31, n. 2, p. 351–367, 1976.

BLOOMBERG. Bloomberg Credit Risk DRSK - Framework, Methodology & Usage.. [S.l: s.n.]., 2015

CANTOR, Richard. Moody’s investors service response to the consultative paper issued by the Basel Committee on Bank Supervision “A new capital adequacy framework.” Journal of Banking and Finance, v. 25, n. 1, p. 171–185, 2001.

CASTAÑEDA, Francisco; CARO, Víctor; CONTRERAS, Franco. Spreads Determinants of Corporate Bonds in State-Owned Companies. The CODELCO Case. Revista Mexicana de Economía y Finanzas, v. 12, n. 4, p. 431–446, 2017.

CHEN, Long; LESMOND, David A.; WEI, Jason. Corporate yield spreads and bond liquidity. Journal of Finance, v. 62, n. 1, p. 119–149, 2007.

CHRISTENSEN, Jens. The corporate bond credit spread puzzle. FRBSF Economic Letter, n. mar14, p. 10, 2008.

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Instrução Normativa no 521. [S.l: s.n.]. Disponível em: ., 2012

COVITZ, Dan; DOWNING, Chris. Liquidity or credit risk? the determinants of very short-term corporate yield spreads. Journal of Finance, v. 62, n. 5, p. 2303–2328, 2007.

DAVIES, Andrew. Credit spread determinants: An 85 year perspective. Journal of Financial Markets, v. 11, n. 2, p. 180–197, 2008.

DRIESSEN, Joost. Is default event risk priced in corporate bonds? Review of Financial Studies, v. 18, n. 1, p. 165–195, 2005.

DUFFIE, Darrell; SINGLETON, Kenneth J. Credit Risk: Pricing, Measurement, and Management (Princeton Series in Finance). [S.l.]: Princeton University Press, 2003.

DUFFIE, Darrell; SINGLETON, Kenneth J. Modeling term structures of defaultable bonds. Review of Financial Studies, v. 12, n. 4, p. 687–720, 1999.

ELTON, Edwin J. et al. Factors affecting the valuation of corporate bonds. Journal of Banking and Finance, v. 28, n. 11, p. 2747–2767, 2004.

FISHER, Lawrence. Determinants of Risk Premiums on Corporate Bonds. Journal of Political Economy, v. 67, 1959.

FITCHRATINGS. Metodologia de Ratings em Escala Nacional. [S.l: s.n.]., 2013

GABBI, Giampaolo; SIRONI, Andrea. Which factors affect corporate bonds pricing? Empirical evidence from eurobonds primary market spreads. European Journal of Finance, v. 11, n. 1, p. 59–74, 2005.

GIACOMONI, Bruno Hofheinz; SHENG, Hsia Hua. O impacto da liquidez nos retornos esperados das debêntures brasileiras. Revista de Administração, v. 48, n. 1, p. 80–97, 2013.

GONÇALVES, Paulo Eduardo; SHENG, Hsia Hua. O apreçamento do spread de liquidez no mercado secundário de debêntures. Revista de Administração, v. 45, n. 1, p. 30–42, 2010.

HU, Xiaolu; PAN, Zheyao. Shopping the Rating: Evidence from Chinese Corporate Bond Market. 31st Australasian Finance and Banking Conference 2018. [S.l: s.n.], 2018.

HUANG, Jing Zhi; HUANG, Ming. How much of the corporate-treasury yield spread is due to credit risk? Review of Asset Pricing Studies, v. 2, n. 2, p. 153–202, 2012.

LIU, Sheen et al. How much of the corporate bond spread is due to personal taxes? Journal of Financial Economics, v. 85, n. 3, p. 599–636, 2007.

LIU, Sheen et al. The determinants of corporate bond yields. Quarterly Review of Economics and Finance, v. 49, n. 1, p. 85–109, 2009.

LONGSTAFF, Francis A.; MITHAL, Sanjay; NEIS, Eric. Corporate yield spreads: Default risk or liquidity? New evidence from the credit default swap market. Journal of Finance, v. 60, n. 5, p. 2213–2253, 2005.

MERTON, Robert C. On the Pricing of Corporate Debt: The Risk Structure of Interest Rates. The Journal of Finance. [S.l: s.n.], 1974

MOODY’S. Rating Action: Moody’s assigns Ba2 rating to Petrobras Global Finance’s proposed notes. Disponível em: . Acesso em: 11 jun. 2020.

PAIVA, Eduardo Vieira dos Santos. Formação de preço de debêntures no Brasil. 2011. Universidade de São Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas - {SIBiUSP}, 2011. Disponível em: .

PAIVA, Eduardo Vieira dos Santos; SAVOIA, José Roberto Ferreira. Pricing corporate bonds in Brazil: 2000 to 2004. Journal of Business Research, v. 62, n. 9, p. 916–919, 2009.

ROKKANEN, Nikolas. Lemmings in the bond market? An empirical analysis of the term structure of credit spreads. Financial Markets and Portfolio Management, v. 23, n. 1, p. 31–57, 2009.

SCHESTAG, Raphael; SCHUSTER, Philipp; UHRIG-HOMBURG, Marliese. Measuring Liquidity in Bond Markets. Review of Financial Studies, v. 29, n. 5, p. 1170–1219, 2016.

SHENG, Hsia Hua; SAITO, Richard. Liquidez das debêntures no mercado brasileiro. Revista de Administração - RAUSP, v. 43, n. 2, p. 176–185, 2008.

S&P. Petrobras’ “BB-” Ratings Affirmed Despite Weaker Cash Flows Amid Oil Prices And Demand Contraction, Outlook Stable. Disponível em: . Acesso em: 11 jun. 2020.

TSUJI, Chikashi. The credit-spread puzzle. Journal of International Money and Finance, v. 24, n. 7, p. 1073–1089, 2005.

TUDELA, Merxe; YOUNG, Garry. A Merton-Model Approach to Assessing the Default Risk of UK Public Companies. ank of England Working Paper, 194. [S.l: s.n.], 2003.

WHITE, Lawrence J. Markets: The Credit Rating Agencies. Journal of Economic Perspectives, v. 24, n. 2, p. 211–226, 26 maio 2010.

YU, Fan. Accounting transparency and the term structure of credit spreads. Journal of Financial Economics, v. 75, n. 1, p. 53–84, 2005.




DOI: https://doi.org/10.20397/2177-6652/2023.v23i1.2334

Métricas do artigo

Carregando Métricas ...

Metrics powered by PLOS ALM

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2023 Revista Gestão & Tecnologia

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - NãoComercial 4.0 Internacional.