Capacidade tecnológica e inovação: um estudo empírico em empresas de base tecnológica brasileiras

Enise Aragão dos Santos, Ana Lucia Vitale Torkomian

Resumo


Objetivo do estudo:  Investigou-se nesse estudo como as empresas de base tecnológica (EBT), visando adaptá-las às mudanças tecnológicas contínuas, desenvolvem a capacidade tecnológica (CT) a fim de gerar a inovação (I).

Metodologia/abordagem: Realizou-se uma pesquisa qualitativa e exploratória, a partir de estudo de casos múltiplos, baseadas em observações diretas, análise de documentos e entrevistas semiestruturadas realizadas com os dirigentes das EBT. As entrevistas foram codificadas e analisadas utilizando o software Atlas.ti que contribuiu com a realização da técnica de análise de conteúdo.

Originalidade/Relevância: Dado o ambiente de negócios caracterizado por mudanças tecnológicas contínuas, as EBT devem estimular sua CT e inovar continuamente para garantir sua sobrevivência.

Principais resultados: Constatou-se que as cinco dimensões teóricas da I e os quatro componentes da CT se manifestaram nas EBT estudadas, além da consolidação do modelo teórico de pesquisa, integrando novo componente da CT: ‘capital cultural’.

Contribuições teóricas/ metodológicas: Buscou-se evoluir com a literatura de capacidade tecnológica e inovação no contexto de EBT.

Contribuições sociais / para a gestão: Espera-se que esta investigação possa auxiliar futuros empreendedores tecnológicos a identificarem quais componentes da CT e dimensões da I, auxiliam na gestão de EBT.

 


Palavras-chave


Capacidade tecnológica; Inovação; Mudanças tecnológicas; Empresas de base tecnológica; Empreendedor tecnológico.

Texto completo:

PDF

Referências


Acosta-Prado, J. C., Campos, E. B., & Longo-Somoza, M. (2014). Technological capability and development of intellectual capital on the new technology-based firms. Cuadernos de Administración, 27(48), 11-39.

Acosta-Prado, J.C. & Longo-Somoza, M. (2013) Sensemaking processes of organizational identity and technological capabilities: An empirical study in new technology-based firms. Innovar, 23(49), 115-129.

Afolayan, A. O. & De la Harpe, A. C. (2020) The role of evaluation in SMMEs’ strategic decision-making on new technology adoption, Technology Analysis & Strategic Management, 32:6, 697-710.

Afuah, A. (2002). Mapping technological capabilities into product markets and competitive advantage: the case of cholesterol drugs. Strategic Management Journal, 23(2), 171-179.

Autio, E. & Klofsten, M. (1998) A Comparative Study of Two European Business Incubators, Journal of Small Business Management, v.36, n.1, 30-43.

Baregheh, A., Rowley, J. & Sambrook, S. (2009) Towards a multidisciplinary definition of innovation. Management Decision, 47(8), 1323-1339.

Becker, G. S. (1994). Human capital revisited. In Human Capital: A Theoretical and Empirical Analysis with Special Reference to Education, Third Edition (15-28). The University of Chicago Press.

Bell, M. (1982) Technical Change in Infant Industries: a Review of the Empirical Evidence. Brighton: SPRU, University of Sussex.

Bell, M. (1984). ‘Learning’and the accumulation of industrial technological capacity in developing countries. In Technological capability in the Third World (187-209). Palgrave Macmillan, London.

Bell, M., & Pavitt, K. (1993). Technological Accumulation and Industrial Growth: Contrasts Between Developed and Developing Countries. Industrial and Corporate Change, 2(2), 157-210.

Bell, M., & Pavitt, K. (1995). The development of technological capabilities. Trade, technology and international competitiveness, 22(4831), 69-101.

Birkinshaw, J., Hamel, G., & Mol, M. J. (2008). Management innovation. Academy of Management Review, 33(4), 825-845.

Bolívar-Ramos, M. T., García-Morales, V. J., & García-Sánchez, E. (2012). Technological distinctive competencies and organizational learning: Effects on organizational innovation to improve firm performance. Journal of Engineering and Technology Management, 29(3), 331-357.

Cagnazzo, L., Taticchi, P. & Botarelli, M. (2008) Modelo de gestão da inovação: uma revisão de literatura. Revista Administração UFSM, Santa Maria, 1(3), 316-330.

Carlson, C. R., & Wilmot, W. W. (2006) Innovation: The five disciplines for creating what customers want. Currency. (New York: Crown Business.)

Chen, C. L., & Jaw, Y. L. (2009) Building global dynamic capabilities through innovation: A case study of Taiwan's cultural organizations. Journal of Engineering and Technology Management, 26(4), 247-263.

Damanpour, F., & Evan, W. M. (1984). Organizational innovation and performance: the problem of ‘organizational lag’. Administrative Science Quarterly, 392-409.

Damanpour, F., Walker, R. M., & Avellaneda, C. N. (2009). Combinative effects of innovation types and organizational performance: A longitudinal study of service organizations. Journal of Management Studies, 46(4), 650-675.

De Almeida, J. M. S., & Da Costa, P. R. (2018) Capacidade relacional e geração de inovações em empresas de base tecnológica. Revista Gestão & Tecnologia, 18(3), 176-203.

De Andrade, R. F., e Figueiredo, P. N. (2008). Dinâmica da acumulação de capacidade tecnológica e inovação em subsidiárias de empresas transnacionais (ETNS) em economias emergentes: a trajetória da Motorola Brasil. RAI- Revista de Administração e Inovação, 5(3), 73-92.

De Carolis, D. M. (2003). Competencies and imitability in the pharmaceutical industry: An analysis of their relationship with firm performance. Journal of Management, 29(1), 27-50.

Dyerson, R., Harindranath, G. & Barnes, D. (2009). ‘National Survey of SMEs’ Use of IT in Four Sectors. The Electronic Journal Information Systems Evaluation 12 (1): 39–50.

Eisenhardt, K. M. (1989). Building theories from case study research. Academy of Management Review, 14(4), 532-550.

Figueiredo, P. N. (2005). Acumulação tecnológica e inovação industrial: conceitos, mensuração e evidências no Brasil. São Paulo em Perspectiva, 19(1), 54-69.

Figueiredo, P. N. (2015). Gestão da Inovação: Conceitos. Métricas e Experiências de empresas no Brasil. 2ed. Rio de Janeiro: LTC.

Figueiredo, P. N., de Andrade, R. F., & Brito, K. N. (2010). Aprendizagem tecnológica e acumulação de capacidades de inovação: evidências de contract manufacturers no Brasil. Revista de Administração, 45(2),156-171.

Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa. 3ed. Trad. Joice Elias Costa. Porto Alegre: Bookman.

Frezatti, F., Bido, D. S., Cruz, A. P. C. & Machado, M. J. C. (2014) O papel do Balanced Scorecard na Gestão da Inovação. Revista de Administração de Empresas, 54(4), 381-392.

Garcia-Morales, V. J., Lloréns-Montes, F. J., & Verdu-Jover, A. J. (2007) Influence of personal mastery on organizational performance through organizational learning and innovation in large firms and SMEs. Technovation, 27(9), 547-568.

García-Muiña, F. E., & Navas-López, J. E. (2007) Explaining and measuring success in new business: The effect of technological capabilities on firm results. Technovation, 27(1-2), 30-46.

García-Piqueres, G., Serrano-Bedia, A. M., López-Fernández, M. C., & Pérez-Pérez, M. (2020). Relatedness in the adoption of different innovation types: product, process, organisational and commercial innovations. Technology Analysis & Strategic Management, 32(1), 44-57.

Godoy, R. S. P. D., & Peçanha, D. L. N. (2009). Cultura organizacional e processos de inovação: um estudo psicossociológico em empresa de base tecnológica. Boletim-Academia Paulista de Psicologia, 29(1), 142-163.

Haines, J.D., & Sharif, N.M. (2004) Understanding the relative importance of components of technology. Journal of Doing Business Across Borders, 3(2), 5-24.

Heffner, M.C. (2006) Knowledge management for technological innovation in organization: The fusion process for creating intellectual capital. Published dissertation, University of Maryland University College (UMUC).

Henry, G.T. (2009). Practical Sampling. In: Beckman & D.J. Rog (Eds.), Handbook of applied social research methods (2 ed., 77-105). Thousand Oaks: SAGE.

Hill, C. W. & Jones, G. R. (2004) Cases in strategic management. Houghton Mifflin College Division.

Hitt, M.A., Ireland, R.D. & Lee, H.U. (2000) Technological learning, knowledge management, firm growth and performance: an introductory essay. Journal of Engineering and Technology Management, 17(3–4), 231–246.

Holgado, M. A. T., & Esquinas, M. F. (2013) Caracterización de la innovación en spinoffs de base tecnológica. Economía Industrial, 388, 67-78.

Hung, S-W & Tang, R-H. (2008) Factors affecting the choice of technology acquisition mode: An empirical analysis of the electronic firms of Japan, Korea and Taiwan. Technovation, 28(9), 551- 563.

Hurley, R. F., & Hult, G. T. M. (1998) Innovation, market orientation, and organizational learning: an integration and empirical examination. Journal of Marketing, 62(3), 42-54.

Iacono, A., & Nagano, M. S. (2017) Processos de aprendizagem para a acumulação de capacidade tecnológica: um estudo em empresas do setor de bens de capital no Brasil. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, 7(1), 131-152.

Jin, J., & Von Zedtwitz, M. (2008) Technological capability development in China's mobile phone industry. Technovation, 28(6), 327-334.

Katz, J. M. (1976). Importación de tecnologia, aprendizaje e industrialización dependiente. (No. 04; HD3616. A7, K2.).

Kazanjian, R. K. (1988) Relation of dominant problems to stages of growth in technology-based new ventures. Academy of Management Journal, 31(2), 257- 279.

Keupp, M. M., Palmié, M. & Gassmann, O. (2012) The Strategic Management of Innovation: A Systematic Review and Paths for Future Research. International Journal of Management Reviews.

Kohler, T. (2016) Corporate accelerators: Building bridges between corporations and startups. Business Horizons, 59(3), 347-357.

Kull, T. J., Kotlar, J., & Spring, M. (2018) Small and Medium Enterprise Research in Supply Chain Management: The Case for Single‐Respondent Research Designs. Journal of Supply Chain Management, 54(1), 23-34.

Lall, S. (1982) Technological Learning in the Third World: Some Implications of Technology Exports, in Stewart, F.; James, J. (orgs.), The Economics of New Technology in Developing Countries. Londres: Frances Pinter.

Lall, S. (1987) Learning to industrialize: the acquisition of technological capability by India. Springer.

Lall, S. (1992) Technological capabilities and industrialization. World development, 20(2), 165-186.

Leonard-Barton, D. (1995) Wellsprings of knowledge: Building and sustaining the sources of innovation. Harvard Business School.

Lewellyn, K. B. & Bao, S.R. (2015) R&D investment in the global paper products industry: A behavioral theory of the firm and national culture perspective. Journal of International Management, 21(1), 1-17.

Liao, S. H., & Wu, C. C. (2010) System perspective of knowledge management, organizational learning, and organizational innovation. Expert Systems with Applications, 37(2), 1096-1103.

Lourdes, C. S., & Figueiredo, P. N. (2009) Mensuração de capacidades tecnológicas inovadoras em empresas de economias emergentes: méritos limitações e complementaridades de abordagens existentes. Revista Produção Online, 9(1).

Madanmohan, T. R., Kumar, U. & Kumar, V. (2004) Import-led technological capability: a comparative analysis of Indian and Indonesian manufacturing firms. Technovation, 24(12), 979-993.

Manual, O. (2018) Guidelines for collecting, reporting and using data on innovation, The measurement of scientific, technological and innovation activities. October, 22, 255p.

Martín-Rojas, R., García-Morales, V. J., & García-Sãnchez, E. (2011) The influence on corporate entrepreneurship of technological variables. Industrial Management & Data Systems, 111(7), 984-1005.

Martins, N. (2007) Acumulação tecnológica e aprimoramento de performance competitiva: evidências de diferenças e similaridades e médias empresas do setor metal-mecânico no estado do Rio de Janeiro (Doctoral dissertation).

Mayring, P. (2014) Qualitative content analysis: theoretical foundation, basic procedures and software solution. Klagenfurt.

Mazzanti, M., Pini, P., & Tortia, E. (2006) Organizational innovations, human resources and firm performance: The Emilia-Romagna food sector. The Journal of Socio-Economics, 35(1), 123-141.

Moreira, C. A. G., & Pitassi, C. (2013) Proposta de métrica do nível de capacidade tecnológica das empresas farmacêuticas brasileiras. RAI Revista de Administração e Inovação, 10(4), 229-252.

Mosey, S., & Wright, M. (2007) From Human Capital to Social Capital: A Longitudinal Study of Technology-Based Academic Entrepreneurs. Entrepreneurship Theory and Practice, 31(6), 909-935.

Naidoo, I.P. & Hoque, M. (2018) Impact of information technology on innovation in determining firm performance. African Journal of Science, Technology, Innovation and Development.10 (6), 643-653.

Nuchera, A. H., Idoipe, A. V., & Torres, M. (2008) Los factores clave de la innovación tecnológica: claves de la competitividad empresarial. Dirección y organización, (36), 5-22.

Oliva, F. L., Sobral, M. C. & Santos, S. A. (2005) Como aferir a probabilidade de inovação nas empresas de base tecnológica. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 29, 2005, BRASÍLIA, DF, Anais... Rio de Janeiro : Anpad, 2005.

Penrose, E. T. (1959) The Theory of the Growth of the Firm Basil. Blackwell & Mott Ltd. Great Britain.

Pinho, M. (coord.), Fernandes, A. C., Côrtes, M. R., Pereira, R. C., Smolka, R. B., Calligaris, A. B.; Deus, A. S. & Barreto, A. L. C. M. (2005). Empresa de Base Tecnológica. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2005. /Relatório de pesquisa/

Ramirez-Aleson, M. & Fernandez-Olmos, M. (2018) Unravelling the effects of Science Parks on the innovation performance of new technology-based firms. Journal of Technology Transfer, 43(2), 482-505.

Ripoll, F. S., & Hervás-Oliver, J. L. (2011). ¿Qué explica la innovación en PyMEs?. Dirección y Organización, (43), 5-15.

Roberts, E. B. (2007). Managing invention and innovation. Research-Technology Management, 50(1), 35-54.

Ruiz-Jiménez, J. M. & Del Mar Fuentes-Fuentes, M. (2013) Knowledge combination, innovation, organizational performance in technology firms. Industrial Management & Data Systems, 113(4), 523-540.

Rush, H., Bessant, J., Hobday, M., Hanrahan, E. & Medeiros, M.Z. (2014) The evolution and use of a policy and research tool: assessing the technological capabilities of firms. Technology Analysis & Strategic Management, 26:3, 353-365.

Sanches, P. L. B., & Machado, A. G. C. (2013). Estratégias de inovação e RBV: evidências em uma empresa de base tecnológica. RAI Revista de Administração e Inovação, 10(4),183-207.

Schwab, K. (2013) The Global Competitiviness Report 2013-2014. Edição 2013. Genebra, Suíça: World Economic Forum.

Scott-Kemmis, D. (1988) Learning and the accumulation of technological capacity in Brazilian pulp and paper firms (No. 992590743402676). International Labour Organization.

Simón, E. K. (2003) La creación de empresas de base tecnológica: Una experiencia práctica. Proyecto para la promoción de empresas innovadoras de base tecnológica. España. Social y Cooperativa, 96, 65-90.

Stock, R., Six, B., & Zacharias, N. (2013). Linking multiple layers of innovation-oriented corporate culture, product program innovativeness, and business performance: A contingency approach. Journal of the Academy of Marketing Science, 41(3), 283–299.

Tacla, C. L., & Figueiredo, P. N. (2003). Processos de aprendizagem e acumulação de competências tecnológicas: evidências de uma empresa de bens de capital no Brasil. Revista de Administração Contemporânea, 7(3), 101-126.

Teece, D.J. (2007) Explicating dynamic capabilities: the nature and micro-foundations of (sustainable) enterprise performance. Strategic Management Journal, Malden, MA, 28(13), 1319-1350.

Tidd, J., Bessant, J. & Pavitt, K. (2008) Gestão da Inovação. 4ed. Porto Alegre: Bookman.

Van de Ven, A. H., Angle, H.L., & Poole, M. S. (1989) Research on the management of innovation: The Minnesota Studies. New York: Harper & Row.

Vidotto, J. D. F., Ferenhof, H. A., Selig, P. M., & Bastos, R. C. (2017) A human capital measurement scale. Journal of Intellectual Capital.

Von Krogh, G. & Cusumano, M. A. (2001) Three strategies for managing fast growth. MIT Sloan Management Review, 42(2), 53.

Wang, C. L., & Ahmed, P. K. (2004) The development and validation of the organisational innovativeness construct using confirmatory factor analysis. European Journal of Innovation Management. 7 (4), 303-313.

Westhead, P., Ucbasaran, D., Wright, M. Binks & M. Novice (2005) Serial and Portfolio Entrepreneur Behaviour and Contributions. Small Business Economics, 25(2), 109-132.

Westphal, L. E., Kim, L. & Dahlman, C. J. (1984) Reflections of Korea’s Acquisition of Technological Capability, Washington, DC: World Bank Research Department, Economics and Research Staff (Report DRD77).

Yin, R. K. (2010) Estudo de caso: planejamento e métodos. 4ed. Porto Alegre: Bookman.

Zarzewska-Bielawska, A. (2012) The strategic dilemmas of innovative enterprises: proposals for high-technology sectors. R&D Management, 42(4), 303-314.

Zayas, J. M., & Carrillo, G. M. (2012) Contrastes entre spin-offs universitarios y empresas de base tecnológica independientes: el caso del Parque Científico de Madrid. Dirección y Organización, (46), 16-30..




DOI: https://doi.org/10.20397/2177-6652/2023.v23i4.2146

Métricas do artigo

Carregando Métricas ...

Metrics powered by PLOS ALM

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2023 Revista Gestão & Tecnologia

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - NãoComercial 4.0 Internacional.