Inovação em subsidiárias de empresas multinacionais e a influência da matriz – um estudo de casos múltiplos

Mariane Figueira, Cristina Lelis Leal Calegario, Paulo Henrique Moretti Luchesi

Resumo


Essa pesquisa teve como objetivo principal analisar, por meio de um estudo de casos múltiplos, como o relacionamento entre matriz e subsidiária e como a atuação da própria matriz podem influenciar no desenvolvimento de inovações na subsidiária. Quatro empresas brasileiras de setores diferentes que foram adquiridas nos últimos dez anos por empresas multinacionais, provenientes da Alemanha e da França, se tornando subsidiárias, foram selecionadas como unidades-caso. A coleta de dados se deu por meio de pesquisa bibliográfica e documental e entrevistas em profundidade com gestores e proprietários das subsidiárias pesquisadas. Os dados foram analisados por meio de análise de conteúdo temática. Os resultados mostraram que os processos de aquisição que inseriram as empresas brasileiras nas redes das multinacionais se traduziram em benefícios para os dois lados, principalmente para as subsidiárias que após os processos de incorporação tiveram algum tipo de inovação desencadeado.

Palavras-chave


negócios internacionais; inovação; subsidiárias de empresas multinacionais; relacionamento entre matriz e subsidiária

Texto completo:

PDF

Referências


Achcaoucaou, F., Miravitlles, P., & León-Darder, F. (2016). Do we really know the predictors of competence-creating R&D subsidiaries? Uncovering the mediation of dual network embeddedness. Technological Forecasting & Social Change, 116, 181-195.

Almeida, P., & Phene, A. (2004). Subsidiaries and knowledge creation: the influence of the MNC and host country on innovation. Strategic Management Journal, 25, 847-864.

Andrade, E. F. S., Oliveira, J., Maccari, E. A., & Hollnagel, H. (mai./ago. 2018). Inovação em um contexto isomórfico nos Programas De Pós-Graduação Stricto Sensu em administração. Revista Gestão & Tecnologia, 18(2), 100-127.

Andreassi, T. (2007). Gestão da inovação tecnológica. São Paulo: Thomson Learning.

Baglieri, E., Bruno, M., Vasconcellos, E., & Grando, A. (2014). Innovation process in the automobile MNCs: implications for the role of the international subsidiaries. Int. J. Automotive Technology and Management, 14(1), 82-98.

Beddi, H., & Mayrhofer, U. (2013) Headquarters-subsidiaries relationships of French multinationals in emerging markets.The Multinational Business Review, 21(2), 174-194.

Birkinshaw, J., Hood, N., & Josnsson, S. (1998). Building firm-specific advantages in multinational corporations: the role of subsidiary initiative. Strategic Management Journal, 19(3), 221- 241.

Boehe, D. M. (Jan./Mar. 2007). Desenvolvimento de produtos em subsidiárias de empresas multinacionais no Brasil. RAE Revista de Administração de Empresas, 47(1), 33-45.

Boehe, D. M. (Jan./Mar. 2010). The influence of coordination mechanisms on new product development in MNC subsidiaries. BAR, Curitiba, 7(1), 79-97.

Boh, W. F. Nguyen, T. T., & Xu, Y. (2013). Knowledge transfer across dissimilar cultures. Journal of Knowledge Management, 17(1), 29-46.

Cabral, J. E. O. (Oct./Dec. 2007). Determinantes da propensão para inovar e da intensidade inovativa em empresas da indústria de alimentos do Brasil. RAC. Curitiba, 11(4), 87-108.

Cantwell, J. (2016). Innovation and international business. Industry and InnovatIon, 24(1), 41–60.

Catwell, J. A., & Mudambi, R. (December, 2005).MNE competence-creating subsidiary mandates. Strategic Management Journal, 26(12), 1109-1128.

Christensen, J. F. (1995). Asset profiles for technological innovation. Research Policy, 24(5), 727-745.

Christensen, C. M. (1997). The Innovators dilemma. Boston/USA: Harvard Business School Press.

Ciabuschi, F.; Dellestrand, H., & Martín, O. M. (November, 2011). Internal embeddedness, headquarters involvement, and innovation importance in multinational enterprises. Journal of Management Studies,48(7), 1612-1639.

Ciabuschi, F.; Forsgren, M.; & Martín, O. M. (2017). Value creation at the subsidiary level: testing the MNC headquarters parenting advantage logic. Long Range Planning, xxx, 1-15.

Cohen, W. M., & Levinthal, D. A. (1990). Absorptive capacity: a new perspective on learning and innovation. Administrative Science Quarterly, 1(35), 128-152.

Corley, K. G., Gioia, D. A. (Jun. 2004). Identity ambiguity and change in the wake of a corporate spin-off. Administrative Science Quaterly, 49(2), 173-208.

Costa, S., Borini, F. M., Amatucci, M. (Aug. 2013). Inovação global de subsidiárias estrangeiras localizadas em mercados emergentes. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, 17(4), 459-478.

Du, J., & Williams, C. (2017). Innovative projects between MNE subsidiaries and local partners in China: exploring locations and inter-organizational trust. Journal of International Management, 23(1), 16-31.

Ferreira, M. P., Beltrão, J. S., & Almeida, M. R. (2013). Relações de controle e autonomia entre multinacionais e subsidiárias: um estudo de caso de multinacional norte-americana em Portugal. Internext: Revista eletrônica de negócios internacionais, São Paulo, 8(3), 20-37.

Figueira, M., Luchesi, P. H. M., Silva, G. F., & Calegario, C. L. L. (2017). Empresas multinacionais e a influência da atuação da matriz na intensidade inovativa da subsidiária. In XVII Congreso Latino-iberoamericano de Gestión Tecnológica (ALTEC 2017), Ciudade de México, México.

Figueiredo, P. N. (2011). The role of dual embeddedness in the innovative performance of MNE subsidiaries: Evidence from Brazil. Journal of Management Studies, 48(2), 417-440.

Gavira, M. O. (2008). Gestão da inovação em subsidiárias de multinacionais do setor eletroeletrônico instaladas no Brasil. Tese (Doutorado), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, S.P.

Ho, Y. (2014). Multilateral knowledge transfer and multiple embeddedness. The Multinational Business Review, 22(2), 155-175.

Kawai, N., & Strange, R. (2014). Subsidiary autonomy and performance in Japanese multinationals in Europe. International Business Studies, 23(3), 504-515.

Keupp, M. M., Palmié, M., & Gassmann, O. (2011). Achieving subsidiary integration in international innovation by managerial “tools”. Management International Review, 51, 213-239.

Lucas, L. M. (2006). The role of culture on knowledge transfer: the case of the multinational corporation. The Learning Organization, 13(3), 257-275.

Machado, M. A., Bauer, E. A. (abr-jun/2014). O papel das subsidiárias em países emergentes na geração de vantagem competitiva para multinacionais estrangeiras: o caso da subsidiária brasileria da ClarksInternational. GEPROS. Gestão da Produção, Operações e Sistemas, Bauru, 9(2), 65-82.

Minayo, M. C. S (2000). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde, São Paulo: Hucitec.

Minbaeva, D., Pedersen, T, Bjorkman,I., Fey, C. F., & Park, H. J. (2003). MNC knowledge transfer, subsidiary absorptive capacity and HRM. Journal of International Business Studies, 34, 586-599.

Moreira, D. A., & Queiroz, A. C. S. (2007). Inovação organizacional e tecnológica. São Paulo: Thomson Learning.

Mudambi, R., Piscitello, L., & Rabbiosi, L. (2014). Reverse knowledge transfer in MNEs: subsidiary innovativeness and entry modes. Long Range Planning, 47, (1,2). 49-63.

Najafi-Tavani, Z., Zaefarian, G., Naudé, P., & Giroud, A. (2015). Reverse knowledge transfer and subsidiary power. Industrial Marketing Management, 48, 103-110.

Nemoto, M. C. M. O., Santos, G. Z. V.; & Pinochet, L. H. C. (jan./abr. 2018). Adoção de inovação: internet das coisas para melhoria de desempenho de sustentabilidade na Klabin. Revista Gestão & Tecnologia, 18(1), 197-224.

OECD/Eurostat. (2005). OECD Proposed Guidelines for Collecting and Interpreting Technological Innovation Data – Oslo Manual. Paris: OECD.

Piscitello, L., & Rabbiosi, L. (2006). How does knowledge transfer from foreign subsidiaries affect parent companies’ innovative capacity? DRUID Working Papers, (06-22).

Qin, C., Ramburuth, P., & Wang, Y. (2008) Cultural distance and subsidiary roles in knowledge transfer in MNCs in China. Chinese Management Studies, 2(4), 260-280.

Schleimer, S. C., & Pedersen, T. (2013). The effects of MNC parent effort and social structure on subsidiary absorptive capacity. Journal of International Business Studies, 45, 303-320.

Schreiber D., Vilela, D. C. J., Vargas, L. M., & Maçada A. C. G. (2011). Knowledge transfer in product development: an analysis of Brazilian subsidiaries of multinational corporations. Brazilian Administration Review, 8(3), 288-304.

Scott, P. S., & Gibbons, P. T. (2009). How subsidiaries are battling to survive and grow. Strategy and Leadership, 37(4), 43-47.

Silva, E. D., Gaspar, M. A., Costa, I., & Magalhães, F. L. F. (jan./abr. 2018). Gestão do conhecimento de service desk: estudo de caso da integração em empresas adquiridas por uma corporação multinegócios. Revista Gestão & Tecnologia, 18(1), 140-170.

Silveira, F. F.; Sbragia, R.; Lopez-Vega, H.; & Tell, F. (2017). Determinants of reverse knowledge transfer for emerging market multinationals: the role of complexity, autonomy and embeddedness. Revista de Administração, (52), 176-188.

Strauss, A and J Corbin (1990). Basics of qualitative research: grounded theory procedures and techniques, London: Sage Publications.

Sunaoshi, Y., Kotabe, M., & Murray, J. Y. (2005). How technology transfer really occurs on the factory floor: a case of a major Japanese automotive die manufacturer in the United States. Journal of World Business,40, 57-70.

Tang, J., & Rowe, W. G. (2012). The liability of closeness: business relatedness and foreign subsidiary performance. Journal of World Business, 47, 288-296.

Tsai, C., & Wen, C. (2009). The effects of relational embeddedness on entrepreneurship – Taiwanese subsidiaries in China. International Journal of Entrepreneurship Behaviour, 15 (5), 453-472.

Yin, R. K. (2010). Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman.

Zander, U., & Kogut, B. (1995). Knowledge and speed of transfer and imitation of organizational capabilities: an empirical test. Organizatin Science, 6(1), 76-92.




DOI: https://doi.org/10.20397/2177-6652/2019.v19i5.1499

Métricas do artigo

Carregando Métricas ...

Metrics powered by PLOS ALM

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2019 Revista Gestão & Tecnologia

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - NãoComercial 4.0 Internacional.