Confiança interorganizacional e cooperação em habitats de inovação

Nádia Carvalho, Hélio Zanquetto Filho, Marcos Paulo Valadares Oliveira

Resumo


Ao considerar o modelo de inovação aberta, com a cooperação entre agentes de inovação, a confiança é vista como um de seus principais fatores. Neste sentido, este estudo buscou investigar alguns fatores formadores da confiança interorganizacional, bem como seu impacto na cooperação de empresas pertencentes a habitas de inovação. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, tendo como técnica de coleta de dados o survey e para a análise dos dados foi utilizada a técnica da modelagem de equações estruturais. Para tanto, a amostra foi composta por 68 empresas pertencentes a espaços de inovação vinculados a Rede Mineira de Inovação (RMI). Os resultados indicaram que a formação da confiança interorganizacional leva em consideração a reputação, boa vontade, a confiança interpessoal, competência e o capital social causando um alto impacto positivo na cooperação, ao contrário do oportunismo que modera a relação impactando negativamente.

Palavras-chave


Confiança interorganizacional; Cooperação; Equações Estruturais; Habitats de Inovação

Texto completo:

PDF

Referências


Abdalla, M. M.; Calvosa, M. V. D.; Batista, L. G. (2009). Hélice tríplice no Brasil: um ensaio teórico acerca dos benefícios da entrada da universidade nas parcerias estatais. Cadernos de Administração da Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora, Macaé, v. 1, n. 3, p. 34-52, jan./ jun.

Ali Babar, M., Verner, J.M., Nguyen, P.T. (2007). Establishing and maintaining trust in software outsourcing relationships: an empirical investigation. J. Syst. Softw. 80 (9), 1438–1449.

Anand, V.; Glick, W.; Manz, C. (2002). Capital social: explorando a rede de relações da empresa. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 42, n. 4, p. 57-71, out./dez.

Barney, J. B., Hansen, M. H. (1994). Trustworthiness as a Source of Competitive Advantage. Strategic Management Journal. vol. 15, p. 175-190.

Bhattacharya, R.; Timothy M. D.; Madan M. P.(1998). A formal model of trust based on outcomes. Academy of Management Review 23: 459-472.

Brattstrom, A.; Lofsten, H.; Richtnér, A. (2012). Creativity, trust and systematic processes in product development. Research Policy, 41, 743– 755.

Britto, J. (2004). Cooperação e aprendizado em arranjos produtivos locais: em busca de um Referencial Analítico. In: Relatório de atividades do referencial conceitual, metodológico, analítico e propositivo - RedeSist. Rio de Janeiro: UFRJ.

Bukowitz, W. R.; Williams, R. L. (2002). Manual de gestão do conhecimento: ferramentas e técnicas que criam valor para a empresa. Porto Alegre: Bookman.

Cabral, R. M. (2008). Custos de Transação. In: CALLADO, Antonio A. C. et al. Agronegócio. São Paulo: Atlas, Cap. 8, p. 103-117.

Campo, S. P. G. D; J. D.; Pardo, P. G., I.; Perlines, H. F. (2014). Influence factors of trust building in cooperation agreements. Journal of Business Research, v. 67, n. 5, 710–714.

Chesbrough, H., Sohyeong, K.; Agogino, A. (2014). Chez Panisse: building an open innovation ecosystem, California Management Review, V. 56, n.. 4, 144-171.

Chesbrough, H. (2012). Inovação Aberta: como criar e lucrar com a tecnologia. Porto Alegre, Bookman.

Cunha, C. R. da; Melo, M. C. D. O. L. (2006). A confiança nos relacionamentos interorganizacionais: o campo da biotecnologia em análise. RAE eletrônica, v. 5, n. 2.

Czakon, W. (2009). Relational capability of organizations: theoretical advances. Journal of Economics & Management, v. 5, p. 47-65.

Das, T. K.; Teng, B.-S. (1998) Between trust and control: Developing confidence in partner cooperation in alliances. Academy of Management Review 23/3: 491–512.

Das, T. K.; Teng, B. S. (2001). Trust, Control, and Risk in Strategic Alliances: an Integrated Framework. Organization Studies, vol. 22, n. 2, p. 251-283.

Diniz, B. A.; Marconatto, D. A. (2010). Confiança: um construto universal. Revista de Administração FACES Journal, v. 10, n. 1, p. 35–55.

Evans, J. R.; Olsson, D. L. (2002). Introduction to simulation and risk analysis. New Jersey: Upper Saddle River.

Fink. M.; Kessler, A.;Duh, M.; Belak, J.; Lang, R. (2009). Trust and successful co-ordination on sme co-operation – an empirical study in Slovenia. Economic and Business Review, v.11, n.3, p.205-216.

Forcadell, F. J.; Guadamillas, F. (2002). A case study on the implementation of a knowledge management strategy oriented to innovation. Knowledge and Process Management, New York, v. 9, n. 3, p. 162–171.

Freitas, H.; Oliveira, M.; Saccol, A. Z.; Moscarola, J. (2000). O Método de Pesquisa Survey. Revista de Administração da USP- RAUSP, São Paulo, v. 35, n.3, p. 105-112, jul./set.

Fryxell, G. E., Robert S. D., Vryza, M. (2002). ‘After the ink dries: The interaction of trust and control in US-based international joint ventures’. Journal of Management Studies 39/6: 865– 886.

Fukuyama, F. (1996). Confiança: as virtudes sociais e a criação da prosperidade. Tradução de Alberto Lopes. Rio de Janeiro: Rocco.

Gulati, R.; Higgins, M. C. (2003). Which ties matter when? The contingent effects of interorganizational partnerships on IPO success. Strategic Management Journal, 24(2), 127–144.

Hair Junior, J. F.; Hult, G. T.; M., Ringle, C.; Sarstedt, M. (2016). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). Sage Publications.

Hald, K. S., Cordon, C.; Vollmann, T. E. (2009).Towards an understanding of attraction in buyer–supplier relationships. Industrial Marketing Management, 38(8), 960–970.

Hallin, C.; Holm, U.; Sharma, D. (2011). Embeddedness of innovation receivers in the multinational corporation: Effects on business performance. International Business Review, v. 20, n. 3, p. 362-373.

Hao, M. A. (2004). Toward global competitive advantage creation, competition, cooperation, and cooption. Management Decision, New York, v. 42. n. 7.

Houston, M. B. (2003). Alliance partner reputation as a signal to the market: Evidence from bank loan alliances. Corporate Reputation Review, 5(4), 330–342.

Jiang, X.; Li, M.; Gao, S.; Bao, Y.; Jiang, F.(2013). Managing knowledge leakage in strategic alliances: The effects of trust and formal contracts. Industrial Marketing Management, v. 42, n. 6, p. 983–991.

Johanson, J.; Vahlne, J.E. (2009). The Uppsala internationalization process model revisited: From liability of foreignness to liability of outsidership. Journal of International Business Studies, 40(9), 1411-1431.

Johnston, D. A. Mccutcheon D. M; Stuart, F.I.; Kerwood, H. (2004). Effects of supplier trust on performance of cooperative supplier relationships. Journal of Operations Management, v. 22, n. 1, p. 23-38.

Laaksonen, T.; Jarimo, T.; Kulmala, H. I. (2009). Cooperative strategies in customer– supplier relationships: the role of interfirm trust. International Journal of Production Economics, v. 120, n. 1, p. 79-87.

Lavie, D.; Drori, I. (2012). Collaborating for Knowledge Creation and Application: The Case of Nanotechnology Research Programs. Organization Science, v. 23, n. 3, p. 704–724.

Lewis, J. D.; Weigert, A. (1985). Trust as a social reality. Social Forces, 63,967–985.

Luhmann, N. (2000). Familiarity, Confidence, Trust: Problems and Alternatives. In: Gambetta, D. (Ed.) Trust: Making and Breaking Cooperative Relations. Electronic edition. United Kingodon, Department of Sociology, University of Oxford, 2000. Chapter 6, p. 94-107.

Lui, S. S.; Ngo, H. Y. (2004). The role of trust and contractual safeguards on cooperation in non-equity alliances. Journal of Management, v. 30, n. 4, p. 471–485, 2004.

Luz, A. A.; Kovaleski, J. L.; Andrade Junior, P.P.; Penteado, R.F.S.; & Zammar, A. (2014). Habitats de inovação e a sinergia do potencial acadêmico, tecnológico e inventivo em Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Espacios. Vol. 35 (Nº 6).

Malhotra, D.; Lumineau, F. (2001). Trust and collaboration in the aftermath of conflict: The effects of contract structure. Academy of Management Journal, 54(5), 981–998.

Mayer, R.C.; Davis, J.H.; Schoorman, F.D. (1995). An integrative model of organizational trust, Academy of Management Review, Vol. 20 No. 3, pp. 709-734.

Mcallister, D. J. (1995). Affect-and cognition-based trust as foundations for interpersonal cooperation in organizations. Academy of management journal, v. 38, n. 1, p. 24–59.

Melo, H. S.(2010). Dicionário de tecnologia e inovação. Fortaleza: Sebrae.

Morgan, R. M., Hunt, S. D. (1994). The commitment–trust theory of relationship marketing. Journal of Marketing, 58(3), 20–38.

Nahapiet, J.; Ghoshal, S. (1998). Social Capital, Intellectual Capital, and the Organizational Advantage. Academy of Management Review, v. 23, n. 2, pp.242-266.

Newell, S. Swan, J. (2000). Trust and inter-organizational networking. Human Relations, v. 53, n. 10, p. 1287-1328.

Nooteboom, B. (1996). Trust, opportunismand governance: A process and controlmodel. Organization Studies, 17(6), 985–1010.

Parashar, M. (2007). Steps to building innovating organizations. New Delhi: Response Books.

Porto, G. S. (2004). Características do processo decisório na cooperação Empresa- Universidade. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 8, n. 3, p. 29-52, jul./set.

RMI - Rede Mineira de Inovação. Acessado em out/2016.

Rousseau, D.M.; Sitkin, S.B.; Burt, R.S.; Camerer, C. (1998). Not so different after all: a cross- discipline view of trust. Academy of Management Review, Vol. 23 No. 3, pp. 393-404.

Seppanen, R.; Blomqvist, K.; Sundqvist, S. (2007). Measuring inter-organizational trust: A critical review of the empirical research in 1990–2003. Industrial Marketing Management, 36(2), 249–265.

Shazi, R.; Gillespie, N.; Steen, J. (2015).Trust as a predictor of innovation network ties in project teams. International Journal of Project Management, v. 33, n. 1, p. 81–91.

Sol, J.; Beers, P. J.; Wals, A. E. J. (2013). Social learning in regional innovation networks: Trust, commitment and reframing as emergent properties of interaction. Journal of Cleaner Production, v. 49, p. 35–43.

Stuart, T. E. (2000). Interorganizational alliances and the performance of firms: A study of growth and innovation rates in a high-technology industry. Strategic Management Journal, 21(8), 791–811.

Tacconi, M. de F. F. da S., Lopes, F. D., Mol, A. L. R., & Tacconi Neto, E. A. (2014). A confiança interorganizacional nas compras. Gestão e Produção., São Carlos, 21(1), 199–214.

Thorgren, S.; Wincent, J. (2011). Interorganizational Trust: Origins, Dysfunctions and Regulation of Rigidities. British Journal of Management, v. 22, n. 1, p. 21–41.

Wang, L., Yeung, J. H. Y., & Zhang, M. (2011). The impact of trust and contract on innovation performance: The moderating role of environmental uncertainty. International Journal of Production Economics, 134(1), 114–122.

Wittmann, C. M.; Hunt, S. D.; Arnett, D. B. (2009). Explaining alliance success: Competences, resources, relational factors, and resource-advantage theory. Industrial Marketing Management, 38(7), 743–756.

Zaheer, A.; Mcevily, B.; Perrone, V. (1998). Does Trust Matter ? Exploring the Effects of Interorganizational and Interpersonal Trust on Performance. Organization Science, 9(2), 141–160.

Zahra, S. A. (2010). Harvesting Family Firm’s Organizational Social Capital: A Relational Perspective. Journal of Management Studies, 47(2), 345-366.

Zarvandi, N.; Zarvandi, J. (2015). Conceptualizations of Trust in the Organization. Ideal Type of Management, v. 1, n. 1, p. 37-46.

Zimmer, P. ; Luz Filho, S. S. da ; Bloemer, R. (2015). Atributos geradores de confiança interorganizacional em redes de cooperação. In: XVI Congresso Latino-Iberoamericano de Gestão da Tecnologia, Porto Alegre. Anais.... Porto Alegre: NITEC, 2015. p. 1-13.




DOI: https://doi.org/10.20397/2177-6652/2018.v18i1.1183

Métricas do artigo

Carregando Métricas ...

Metrics powered by PLOS ALM

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2018 Revista Gestão & Tecnologia

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - NãoComercial 4.0 Internacional.